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Púlpitos que Inspiram

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Pr. Carlos Alberto

Há um tempo assisti um vídeo que tem se tornado muito comum no meio da Igreja Brasileira nos últimos tempos, e que pode ser visto novamente, já que estamos nos aproximando da eleições municipais. No vídeo o presidente Michel Temer usando o púlpito de uma Igreja Evangélica em Brasília fez uma demonstração dos seus feitos.

E infelizmente recente no Rio de Janeiro, onde o então governador Witzel usou o púlpito de uma Igreja para pedir que o processo de impeachment não seja feito. E creio que ainda durante este ano saberemos muitos outros que estarão fazendo isso em algumas Igrejas Evangélicas do nosso país, por conta das eleições municipais.

Como pastor da Convenção Batista Brasileira, com isto não quero dizer que somos melhores do que outra denominação, mas que temos como característica de nossa denominação não envolvermos política e evangelho em nosso meio, principalmente se for no culto. Temos que respeitar as preferências partidárias de cada membro da nossa Igreja.

Respeito e muito um princípio que nos caracteriza como uma Igreja Batista, que é o princípio da Liberdade do Indivíduo. Cada um é livre para fazer o quer, mas também precisa saber das consequências de suas ações. Neste sentido falo a respeito de um pastor permitir que seu púlpito seja utilizado para isso.

Mas claro que não pude deixar de fazer uma pergunta. Que eu vivo fazendo perguntas para tentar encontrar algumas respostas. É claro que muitas perguntas que faço, ainda encontram sem resposta. E como sou pregador da Palavra e professor da disciplina de Pregação, não poderia deixar de fazer esta pergunta: “como estão os púlpitos de nossas Igrejas?”

Porque não é simplesmente o fato de permitir a fala do presidente, ou de qualquer outro pessoa que o utilize para benefício próprio. Percebo a falta de seriedade em relação ao local de onde temos como tradição cristã, ser o lugar de onde Deus falará com a Igreja através das pessoas. Uma das razões que entendo ser responsável por isto é que muitos pregadores estão perdendo o foco da sua missão de anunciar o evangelho diante da Igreja, e dando espaço para que outras circunstancias aconteçam a partir dele.

Diante desta situação resolvi compartilhar o que tenho aprendido de Deus sobre a questão da pregação e do púlpito, não é minha intenção aqui dizer o que você deve fazer. Mas entendo que compartilhar a minha experiência possa ajudar, nesta compreensão de púlpito e pregação.

É um lugar que denuncia o pecado, sim é de lá que ministramos a Palavra e que com certeza em um determinado momento o nosso erro será confrontado pela exposição da Palavra de Deus. Mas em hipótese nenhuma dever ser o lugar onde as pessoas são expostas pelo seu erro. Alguns pregadores tem feito do púlpito o lugar onde ele os erros das pessoas são “reveladas”.

Quando isso acontece somos como aquelas pessoas que estavam prontas a atirar pedras naquela mulher adultera, que assim como eles esqueceremos de expor outras pessoas. E fazendo isto estamos mais julgando as pessoas do que as confrontando com o seu pecado. Também concordo que poucos púlpitos tem falado de pecado, por isso dever ser um lugar onde o pecado é confrontado e não onde as pessoas são expostas.

Não é o lugar de onde darei minhas respostas a pessoas que são contrárias. Como já ouvi pregadores utilizarem o púlpito para responder aquela determinada pessoa ou até mesmo justificar determinada atitude ou decisão tomada. Lembro de alguns anos atrás ver um programa de TV em horário nobre, que é tão caro, ser usado para responder a um determinado pastor que disse também em rede nacional sobre aquela Igreja. Não podemos utilizar mensagens que são mais minhas respostas do que a resposta de Deus para um mundo desorientado.

É um lugar onde a profecia é ministrada. Onde de fato o “Assim diz o Senhor” é correto. Não está confundido com o “assim eu creio”, “assim eu penso”, ou “assim eu acho”, mas está fundamentado na Palavra de Deus com boa hermenêutica e exegese. Quantas heresias têm sido ensinadas dos púlpitos da Igreja Brasileira, justificando uma nova visão dada pelo Senhor. E com certeza todos outros dois mil anos a Igreja entendeu errado. O púlpito precisa ser levado a sério, precisamos ter pregadores que preparam a mensagem na dependência do Senhor, com muita oração e estudo da Palavra, que no final pode-se afirmar realmente assim diz o Senhor! 

Um lugar de consolo porque as pessoas mesmo sendo confrontadas com seu pecado, encontram uma chance para um novo começo. Onde a palavra encontra o seu coração de tal forma que ela entende que nada está perdido. Que existe uma solução e esta solução é Cristo! Onde é iniciada a possibilidade de uma vida abundante!

Um lugar onde a salvação é proclamada porque ali a mensagem da Cruz é ensinada. Onde não é ensinado sobre como ser mais próspero, mas sim como podemos encontrar a salvação em Jesus Cristo, Encontrar o perdão e o amor de Deus porque fora anunciado pela proclamação do verdadeiro evangelho.

Um lugar onde Cristo é glorificado não é o pregador glorificado pela sua eloquência, pelo seu carisma, mas sim onde a vida do pregador glorifica o Senhor Jesus por ser um instrumento do Senhor. Toda as vezes que ouço um elogia depois de uma mensagem que falou ao coração de uma determinada pessoa, eu sempre peço para que continue orando pela minha vida, para que Deus continue me usando para que a Palavra Dele e somente a Dele encontre corações que estão sedentos por ela.

Precisamos de púlpitos que ministrem a Palavra de Deus e que não sejam usados para qualquer outro interesse.

Na graça e no amor de Cristo.

Pr. Carlos Alberto S Morais
PIB Rolim de Moura