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Tudo Começa Com o Chamado

Pr. Ananias Ramos
Pr. Ananias Ramos
TIB Ji-Paraná

Em 1979, órfão recente de pai, ingressei no exercito com proposito de seguir carreira nas fileiras militares. Foi exatamente no exército que Deus começa a falar comigo de uma forma diferente, que mais tarde entendi que se tratava do chamado ministerial. Ao dar baixa, voltei para minha cidade, minha igreja e comecei a trabalhar na obra do Senhor em varias áreas: mutirão de construção, evangelista voluntario, professor de EBD, diretor de EBD, regente de coro, presidente de mocidade, etc. Porém, todo esse ativismo não me fazia completo.

Um dia falei com meu pastor o que estava acontecendo. Ele concordou que poderia ser o chamado para o ministério especifico pastoral, mas, declarou sem muito entusiasmo, tratar se de algo difícil! Eu tinha apenas 20 anos

Em 1983 iniciei o corso de Teologia no Instituto Teológico Batista Mineiro, envido pela Segunda Igreja Batista de Ji-Paraná, tudo conforme a exigência da escola de teologia.

Em 16 de julho de 1988 fui ordenado pastor pela Igreja Batista do Bairro Cabana Belo Horizonte/MG.

Há um texto de O Jornal Batista que gostaria de compartilhar com vocês:

Na atualidade, não existe uma figura tão desprestigiada quanto à figura do pastor. De fato, existem lobos disfarçados de pastores, que não poupam o rebanho, que estão mais interessados na lã das ovelhas do que propriamente na ovelha. Entretanto, existem aqueles que cumprem fielmente o chamado de Deus, que gastam a sua vida na propagação do Evangelho, e das ovelhas de Jesus Cristo.

Precisamos de homens no ministério segundo o coração de Deus. Quais são as credenciais de um pastor segundo o coração de Deus? Em primeiro lugar, pastores segundo o coração de Deus primam pela fidelidade e não a popularidade. Deus não nos chamou para sermos populares, mas para sermos fiéis. O que credencia a vocação pastoral é o caráter do vocacionado. Cresce em nosso meio o carisma em detrimento ao caráter. Obreiro tem que ter vida na luz.

Em segundo lugar, pastores segundo o coração de Deus pregam não para agradar aos homens, mas a Palavra de Deus. A sua mensagem não visa satisfazer o ego humano, mas confrontar os ouvintes com as verdades da Palavra de Deus. Essa Palavra, quando pregada com unção e fidelidade, transforma vidas, gera edificação espiritual e traz saúde para o rebanho.

Em terceiro lugar, pastores segundo o coração de Deus não fazem do ministério uma plataforma de privilégios, mas de serviços. Pastor é servo de Deus e do rebanho. Pastor que está no ministério visando lucro, reconhecimento, está trilhando a vocação errada. O apóstolo Paulo faz uma observação assaz: Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino (I Tm 5.17). Ministério não é para gente preguiçosa. O pastor deve se afadigar no estudo da Palavra e do ensino.

Em último lugar, pastores segundo o coração de Deus priorizam e amam a família. O apóstolo Paulo diz que aquele que não cuida dos seus, especialmente os de sua casa, é pior do que infiel. O primeiro campo de trabalho de um pastor é a sua casa. O pastor deve amar sua esposa e filhos, ser exemplo para eles.

José Manuel Monteiro Jr., pastor, colaborador de OJB

Acredito que todo chamando agrega um ideal ministerial.

Há pastores com mais habilidades na área administrativa, outros com habilidades na pregação, outros são hábeis no ensino; enfim, entendo que cada chamado é especifico, e se, não for exercido dentro das habilidades vocacionais do pastor, haverá frustrações, e consequentemente abandono ministerial.

Há pastores que estão carregando um fardo pesadíssimo que Deus não chamou para desempenhar. Acontece porque não há um entendimento claro da igreja em relação ao pastor e habilidades. Todo pastor ao ser chamado, recebe de quem o chamou visão ministerial, ao tentar implantar a visão que recebeu, enfrenta os obstáculos:

  1. A igreja quer que o pastor realize os sonhos ministeriais de cada membro;
  2. A igreja elege para trabalhar com o pastor pessoas que tem visão  diferente da visão que Deus deu.
  3. A igreja já tem projeto ministerial, deve encontrar um pastor que encaixe em sua visão;
  4. Falta ao pastor liberdade para opinar na escolha da equipe que vai trabalhar com ele.

Não acredito que pastores se suicidam por problemas ministeriais, mas as frustrações geram doenças psicossomáticas que se não tratadas podem levar a depressão e depressão pode culminar em suicídios. 

Os únicos cargos na Bíblia que foram escolhidos pela igreja são os sete de Atos Capitulo seis, que damos o nome diáconos e com área de atuação explicita na Bíblia. Esta é a visão que tenho hoje de pastor e igreja, não quero que venham aderir ao que penso, mas minhas observações me levam a pensar assim.

O verdadeiro chamado exige renuncias, por parte do vocacionado, convicções e serviços prestados a igreja onde se é membro. Quando isto acontece, há um reconhecimento natural da Igreja em relação ao vocacionado, que deve ser encaminhado para o devido preparo com acompanhamento da igreja que comissionou. Que todos vocacionados saibam esperar o tempo de Deus.

Que o dia do pastor não seja mero formalismo, mas um dia de reflexão para todos. Pastores e igrejas.

Agradeço a Deus pela vida da Leila, minha fiel companheira de todas as horas no ministério; aos meus filhos que são integrados na igreja: André Felipe e Anna Beatriz.

Agradeço aos meus pastores o ensino e cuidado que tiveram comigo: Efraim Santiago, Dario Peixoto Soares, José Bento Sobrinho, Francisco Maciel Moreno, Expedito Canuto, Jair Patrício, Jaime Fernandes da Silva e Sergio Condack Aguiar. 

A Deus toda honra e toda gloria.